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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Caminhos duplos e puros


Ele estava afobado, parecia cão em dia de rinha, a impaciência tomava-lhe o corpo e mente, deixava suas portas abertas para quem quisesse entrar, e o transito não parecia lhe ajudar, passava de primeira para segunda e de segunda para o pare, seu coração não silenciava, pensava consigo como seria daqui para frente.
Sua estrada está mudando entre seus dedos, dissolvem-se as paisagens de puro prazer para uma folha em branco que ele teria a partir de agora criar suas flores preferidas, com o detalhe de não poder ser repetitivo, isso a essa altura era impossível.
O transito andava com inveja das formigas, sendo assim, não esperou, subiu com amor à calçada e seguiu seu caminho sem voltas, na verdade com muitas voltas, preferia assim, já que percebera que naquele lugar onde estava o mar não levaria todas suas barreiras.
No auge de suas 99, 42 milhas por hora, contornando curvas, tal qual chinês amolador de destino corporal, pensava em como reconstruir algo que nunca tinha construído, como levar um búfalo ao inferno, como educar sem mostrar sua deseducação, como resignificar nosso coiote yankee.
 A dúvida persistira, mas só Kronos  e Kairos podem lhe responder, e eles estavam de olho, sem perceber sua intenção fora a certa, apesar das volta, ele tinha sido rápido, retinha em seu veiculo a luz prestes a brilhar em seu novo mundo.
 E ela vinha em 120 cavalos, rápida como sua intensidade energética, eficaz como o amor, reluzente como um Sol e linda como os jardins do Éden, mas a pressa também tinha alcançado um novo Sol.
O veiculo virou-se colocando em check sua resistência, no banco de trás um Sol queria nascer, as dores já eram infinitas, a ansiedade já se fazia ultrapassada, tinha ficadono começo do percurso, agora já era um feliz desespero.
Parado ele desceu e como um príncipe agarrou em seus braços um Livro em branco e da mais pura das energias, e imediatamente subiu as escadarias, gritando colocou-a na maca, chorando a deixou seguir seu objetivo.
O relógio agora era seu terrível companheiro, quando veria pela primeira vez seus olhos, quando sentiria sua pequeninas mãos segurar as suas, mas para sua surpresa foi chamado na recepção, uma moça nos altos de sua cara carrancuda perguntou-lhe se queria acompanhar o despertar de uma estrela, ela com sua afobação tinha esquecido. Imediatamente direcionou-se a uma sala, vestiu todos os equipamentos de segurança necessários, e adentrou entre quatro paredes que iria mudar sua vida para sempre, era um momento uno, de rara beleza, sentia-se um lord, sentia-se o mais feliz, era um privilégio compartilhar esse feeling com todos os presentes, apesar de ver somente mais duas pessoas, as mais importantes para si naquele momento e para os vários momentos que se seguiriam até a chegada da eternidade.
E um momento depois, talvez 10 ou 120 minutos, um raio de sol nasceu, uma energia resplandeceu, uma aurora boreal se fez em seus olhos, seu coração acelerou-se, chegava a hora de acolher em seu colo um astro-rei, uma supernova em seus braços, e viu-se então naquele momento um universo se formar em plena sala de parto, com, talvez, seus 40 m2 .

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