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quarta-feira, 11 de julho de 2012

...Sal da Dê...


A noite tinha sido longa, havia um ar pesado pelos corredores, a umidade da parede agora ganhava vida, suas sombras lhe respondiam e as gotas que caiam incessantemente da torneira da cozinha eram orquestra harmonizada com seu desespero, seus olhos arredios e esbugalhados estavam a fazer o serviço de gigantes Linces, sempre alerta caso o Acaso resolvesse agir.

Antagonista da história da vida, ele tentava a toda maneira quebrar os portões da muralha que Liam tinha construído, intencionalmente para afastar-se daqueles olhos verdes, compenetrantes e ardis, sorrisos maliciosos a lhe tirar o sono, e o Acaso dono de um humor negro e sádico, planejava estratégias inexatas cada vez que o rei dourado acordava, sempre com o intuito de adentrar a fortaleza que Liam fizestes.

Sua alma insossa impedia que ele apercebesse que estava perdido no dono do universo, que aproveitará de sua longa jornada noturna e sua desesperada movimentação, no dia anterior não tinha lhe ocorrido nenhum sinal, nada havia existido, tomou seu banho, leu suas fábulas transcendentais e adormeceu, um momento de supremo interesse ao Acaso, que com o dom expressamente subornável, emprestado de Morfeu que lhe intuía imagens fálicas, de puro desejo, de inebrio amor, momentos vividos intensamente na sua utopia real.

Passado o presente momento, Liam recobrou sua intensidade e sabia que o que ocorrerá necessitava de medidas sérias, medidas abstratamente rápidas, sendo assim, percorreu seu castelo de teto estrelado, calçou seus sapatos, e em luz estrelar da madrugada, montou seu cavalo asiático e saiu, no galope do tempo recordava seus instantes suaves, eternos e pueris com Cilétia Megan, princesa de olhos céticos e amedrontados, beleza impagável e cruel, Liam havia deixado abismos em sua história vivente, principalmente envolvendo as feitiçarias de Cilétia.

Distancias que agora punha à prova as intenções de viver de Liam, colocava suspense em sua comédia rapsódia de castelos e nuvens, ele estava fragilizado, as memórias não o deixavam, a Lua o sangrava com sua beleza foiçante, o sonho fora demasiadamente real , sua carne esteve lá, presenciou os encantos da doce feiticeira Cilétia.

Em disparate, Liam só tinha na cabeça um único destino, o lar de Dê, uma anciã que para fugir de sua fama, isolou-se atrás da densa floresta, recanto de monstros e tentações, nosso guerreiro sabia que esse era o único jeito e aquele era o momento de elevar sua alma, e alçar voos em direção à sobrevivência.

Sua condução se ofegava e quase no desmaio, Liam virou-se e um nevoa agora o cercara, travou socos e gargalhou ofensas, achou que era só mais um obstáculo a sua delirante missão, não era, ficou abismado quando que por relampejos surgiu o lar da Dê e entre eles Cilétia.

Ela estava ali para usar e abusar de suas armas, lançar seus olhares cada vez mais estressantes, jogar seus sorrisos mais doces, porém nada fazia Liam rejubelar-se a favor de Cilétia Megan, louca e disrritimizada, transfigurava-se no Acaso e na princesa, revelando ao seu amado seu segredo, era ela a dona do Acaso, era ela a energia que Liam procurava, era ela uma feiticeira equivocada, ele estava arrependido, porém, desiludido também, assim, jogou seu corpo em direção ao lar da anciã Dê.

Correu naquele momento do mundo, fugiu de si mesmo, sentia prazer em seu próprio sofrimento, e entre tropeços e passos largos, invadiu o lar da Dê, nada adiantava Cilétia estar ali presenciando a tudo, ele com toda a coragem que ainda lhe restará, finalmente encheu-se de sal da Dê. 

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