A noite tinha sido longa,
havia um ar pesado pelos corredores, a umidade da parede agora ganhava vida,
suas sombras lhe respondiam e as gotas que caiam incessantemente da torneira da
cozinha eram orquestra harmonizada com seu desespero, seus olhos arredios e
esbugalhados estavam a fazer o serviço de gigantes Linces, sempre alerta caso o
Acaso resolvesse agir.
Antagonista da história da
vida, ele tentava a toda maneira quebrar os portões da muralha que Liam tinha
construído, intencionalmente para afastar-se daqueles olhos verdes,
compenetrantes e ardis, sorrisos maliciosos a lhe tirar o sono, e o Acaso dono
de um humor negro e sádico, planejava estratégias inexatas cada vez que o rei
dourado acordava, sempre com o intuito de adentrar a fortaleza que Liam
fizestes.
Sua alma insossa impedia que
ele apercebesse que estava perdido no dono do universo, que aproveitará de sua
longa jornada noturna e sua desesperada movimentação, no dia anterior não tinha
lhe ocorrido nenhum sinal, nada havia existido, tomou seu banho, leu suas
fábulas transcendentais e adormeceu, um momento de supremo interesse ao Acaso,
que com o dom expressamente subornável, emprestado de Morfeu que lhe intuía imagens
fálicas, de puro desejo, de inebrio amor, momentos vividos intensamente na sua
utopia real.
Passado o presente momento,
Liam recobrou sua intensidade e sabia que o que ocorrerá necessitava de medidas
sérias, medidas abstratamente rápidas, sendo assim, percorreu seu castelo de
teto estrelado, calçou seus sapatos, e em luz estrelar da madrugada, montou seu
cavalo asiático e saiu, no galope do tempo recordava seus instantes suaves,
eternos e pueris com Cilétia Megan, princesa de olhos céticos e amedrontados,
beleza impagável e cruel, Liam havia deixado abismos em sua história vivente,
principalmente envolvendo as feitiçarias de Cilétia.
Distancias que agora punha à
prova as intenções de viver de Liam, colocava suspense em sua comédia rapsódia
de castelos e nuvens, ele estava fragilizado, as memórias não o deixavam, a Lua
o sangrava com sua beleza foiçante, o sonho fora demasiadamente real , sua
carne esteve lá, presenciou os encantos da doce feiticeira Cilétia.
Em disparate, Liam só tinha
na cabeça um único destino, o lar de Dê, uma anciã que para fugir de sua fama,
isolou-se atrás da densa floresta, recanto de monstros e tentações, nosso
guerreiro sabia que esse era o único jeito e aquele era o momento de elevar sua
alma, e alçar voos em direção à sobrevivência.
Sua condução se ofegava e
quase no desmaio, Liam virou-se e um nevoa agora o cercara, travou socos e
gargalhou ofensas, achou que era só mais um obstáculo a sua delirante missão,
não era, ficou abismado quando que por relampejos surgiu o lar da Dê e entre
eles Cilétia.
Ela estava ali para usar e
abusar de suas armas, lançar seus olhares cada vez mais estressantes, jogar
seus sorrisos mais doces, porém nada fazia Liam rejubelar-se a favor de Cilétia
Megan, louca e disrritimizada, transfigurava-se no Acaso e na princesa,
revelando ao seu amado seu segredo, era ela a dona do Acaso, era ela a energia
que Liam procurava, era ela uma feiticeira equivocada, ele estava arrependido,
porém, desiludido também, assim, jogou seu corpo em direção ao lar da anciã Dê.
Correu naquele
momento do mundo, fugiu de si mesmo, sentia prazer em seu próprio sofrimento, e
entre tropeços e passos largos, invadiu o lar da Dê, nada adiantava Cilétia
estar ali presenciando a tudo, ele com toda a coragem que ainda lhe restará,
finalmente encheu-se de sal da Dê.
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