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domingo, 25 de novembro de 2012

À procura - de algo especial


  Saio à rua loucamente a procurar o que eu não perdi, eu esqueci que se um dia foi não mais será e que uma nova versão vem vindo a me achar, o vento bate em meu rosto a fim de deixar-me acordado, o carro que ando é feito de velas, pequenos fachos de luzes que ilumina a réstia por onde anda meus pés, caminho pedregoso, por vezes até escuro e com aroma do mais doce alho, meus olhos vampirescos quase cegam-se no intuito de preservar minhas memorias, na intenção de sugar-me.

  Sinto meus pés adoecerem, os espinhos são feitos do mais lindo cristal, a indecisão toma conta de meus passos, como seguir adiante sem quebrar o cristal, como prosseguir com meus sonhos se a beleza das arvores me amedronta na mais escura força solsística.  

  Os cavalos baios com celas cravejadas de diamantes já não tem mais valor, os sorrisos eloquentes de uma juvenil alma se perdem nas estrelas artificiais das grandes metrópoles, e eu já espero por um novo luar.

  Ansiosamente sento-me bem devagar no leito 90° por onde passam robóticas pessoas, aonde as mulheres de fácil falar e tristezas no olhar se obrigam a apiedar-se de mim, meus olhos freneticamente entra em transe, procura por tudo, procura o nada.

  E como num ato heroico um sobressalto põe-se a me colocar mais uma vez entre as vielas de minhas certezas e indecisões, um campo se mostra, orquídeas, rosas e copos-de-leite se revezam num discurso mais que precioso, trazem consigo palavras sábias, acolhedoras e divinas, gracejam a beleza da esperança.

  Meus olhos marejam até encontrar o seu oceano, águas que navego, voos marítimos atrás da mais linda sereia, diz-se que sua magia é forte e conquistar é trabalho impossível, me ponho a vencer, espero com isso ter seus desejos, ter suas mãos a mostrar-me a direção.

  Sigo ao norte, é lá que esta o seu sul, região fria e de beleza ártica, pérolas a conquistar toda uma região do espaço, toda uma parte no vácuo, deslizo aos ares transferindo minha busca para o reflexo que se adianta nos vidros dos prédios, vejo meu rosto nos faróis dos carros, no calor do asfalto, a cidade às vezes pode ser um tanto quanto confusas, ecos vibracionais de uma nova personalidade.

  Adentro um labirinto urbano, só desejava comer e beber um pouco, mas urubus albinos me observam e me alertam com suas ofensas, minha audição já não sente o cheiro da perdição, isolo-me entre risos, gargalhadas e sorrisos bonitinhos, não me impeço de ao som eletrônico, trilha sonora de meus últimos primeiros passos, sair de mansinho e continuar a peregrinação vagamulesca por entre brilhos intensos de estrelas plasmáticas áureas-verdes.

  O que eu não perdi, irá me encontrar, as flores falantes anunciarão o show da vida mais uma vez a começar suas histórias de risos e aprendizados, pássaros irão se acomodar em meu destino, protegeram meus sacrifícios, sereias chegaram pelos mares de meu oficio, e meu trabalho nesse momento é encontrar, encontrar o que me acharás.

2 comentários:

  1. QUE MARAVILHA O REENCONTRO E A CONSTATAÇÃO DE QUE ALLAN CONTINUA TECENDO PÉROLAS! DELEITEM-SE!!!! BJS INÁ (INARÁ)

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