Eu ouço os jardins secretos de teus olhos, os vejo
estremecerem ansiosamente na duvida sua de estar aqui ou ali, as estradas estão
certas, és tu que deverias seguir outros passos se não querias ver teus risos
atrelados aos meus olhares.
Não posso me culpar por cores inexistentes, só pinto o céu
que amanhece, e pequena, ele vem todos os dias a me oferecer sua abundância,
pode acreditar, mas isso é pouco, é muito pouco para mim, pois são seus olhos
num quarto escuro que quero ter todos os meus dias.
Incomoda-me o fato de não alimentar teus sorrisos, me
engessa quando despreocupada lhe vejo em choro, áurea digna de romances circundados
nos briés da lapa. E esses seus jardins que vejo ao longe não me permitem
partir, só não me negam quando em esforço medroso tento adentrar seus confins.
Visualizar suas aureolas
Liriáis se encoxandrarem entre
plumas e nuvens é sinônimo de rara perversão de Gaia, um jardim belo onde se
explica o inexplicável, onde se vê o que se quer e o sonho torna-se realidade.
Em seus olhos pequena posso ver pinturas geniais, obras que
seguiram a vertente gloriosa da alma leve, em seus olhos sinto aquela brisa
suave vinda do norte que a muito procurava, que a algum tempo me negavam.
Em seu jardim sento entre os arbustos e lhe vejo, aprecio
seus toques no ar, suas pernas a volitar na dança calculada numa equação do
tempo pela vaidade dividida entre as insanas realidades.
Sempre me causa risos quando suas bochechas se coram ao som
dos meus toques, que mesmo a distancia sentes pelo ardor de meus olhos, janelas
essas que ao encontrarem os seus se deslizam rumo ao infinito, pois é a
eternidade que sinto ao ver os seus.
Dois corpos celestes a entreolharem-se num confuso carnaval
de retoques, uma reparação ao tempo que cruel, não nos permite permanecer na
imortalidade, pois o seu presente esta em mãos erradas e trocados não são
suficientes para tanto.
Em teus jardins de vastas localidades e ambientes, entre
campos e mata fechada, entre Lírios e Jasmim nos habituamos a escrever nossa
historia desse jeito, sem final, pois sabemos que o momento só existe na
presença de nós dois.
Ainda temos muito que olhar e muito a percorrer nos bosques
da vida, sonhos se fazem em momentos de coragem e esforço mútuo, onde deixamos transparecer nossos desejos e atrações
harmoniosas, um misto de paixão e renascimento, basta um fascículo de coragem
do texto mais puro e nossas almas se encontram, novamente, em seus olhos castanhos,
em seus jardins.
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