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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Os teus jardins


  Eu ouço os jardins secretos de teus olhos, os vejo estremecerem ansiosamente na duvida sua de estar aqui ou ali, as estradas estão certas, és tu que deverias seguir outros passos se não querias ver teus risos atrelados aos meus olhares.

  Não posso me culpar por cores inexistentes, só pinto o céu que amanhece, e pequena, ele vem todos os dias a me oferecer sua abundância, pode acreditar, mas isso é pouco, é muito pouco para mim, pois são seus olhos num quarto escuro que quero ter todos os meus dias.

  Incomoda-me o fato de não alimentar teus sorrisos, me engessa quando despreocupada lhe vejo em choro, áurea digna de romances circundados nos briés da lapa. E esses seus jardins que vejo ao longe não me permitem partir, só não me negam quando em esforço medroso tento adentrar seus confins.

  Visualizar suas aureolas  Liriáis se encoxandrarem  entre plumas e nuvens é sinônimo de rara perversão de Gaia, um jardim belo onde se explica o inexplicável, onde se vê o que se quer e o sonho torna-se realidade.

  Em seus olhos pequena posso ver pinturas geniais, obras que seguiram a vertente gloriosa da alma leve, em seus olhos sinto aquela brisa suave vinda do norte que a muito procurava, que a algum tempo me negavam.

  Em seu jardim sento entre os arbustos e lhe vejo, aprecio seus toques no ar, suas pernas a volitar na dança calculada numa equação do tempo pela vaidade dividida entre as insanas realidades.

  Sempre me causa risos quando suas bochechas se coram ao som dos meus toques, que mesmo a distancia sentes pelo ardor de meus olhos, janelas essas que ao encontrarem os seus se deslizam rumo ao infinito, pois é a eternidade que sinto ao ver os seus.

  Dois corpos celestes a entreolharem-se num confuso carnaval de retoques, uma reparação ao tempo que cruel, não nos permite permanecer na imortalidade, pois o seu presente esta em mãos erradas e trocados não são suficientes para tanto.

  Em teus jardins de vastas localidades e ambientes, entre campos e mata fechada, entre Lírios e Jasmim nos habituamos a escrever nossa historia desse jeito, sem final, pois sabemos que o momento só existe na presença de nós dois.

  Ainda temos muito que olhar e muito a percorrer nos bosques da vida, sonhos se fazem em momentos de coragem e esforço mútuo, onde deixamos  transparecer nossos desejos e atrações harmoniosas, um misto de paixão e renascimento, basta um fascículo de coragem do texto mais puro e nossas almas se encontram, novamente, em seus olhos castanhos, em seus jardins.

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