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terça-feira, 8 de julho de 2014

Me desculpe por meus atos criança


  Da onde vem esse medo que descubro agora, vem da perda, da perdição, da falta que me faz tua luz, mágica dolorosa, que adentrou os meus poros e me fez um ser febril, em toda sua plenitude eu te vivi, compartilhei sonhos e festas ricas e pueris, buscando soluções entre um beijo ou outro.  

  Me desculpe por meus atos, ações infundadas que só causaram dor e remorso, e num momento perguntei-me olhando o vento brilhar, o que pensavas quando minh’alma ainda não se tinha armadurado, quais eram os planos? O que tinha vislumbrado para mim?

  Não há lugar que eu vá que eu não rememorizo seus sorrisos, não há calçada que eu ande sem correr o risco de me jogar no mar de asfalto, te salvando de monstros que avermelham seus olhos e ouvidos, mesmo agora, inflamando sua alma.

  Me culpo pelo atual momento, não acredito que atrapalhei sua vida e de todos, minha chegada só trouxe bombons docemente amargos pelo fel de minha presença, que pressentiu ciúmes e barcos à deriva no mar de lágrimas que é a existência.

  Você nem imagina a vida que te espera, abre seus olhos, pois o espaço não me deixa controlar seu tempo, a angustia toma conta do duo que sou hoje, desejo a todo instante te avisar que às vezes o cego não abraça, e assim, escapa da rota de fuga dos melindres futuristas.

  Não sou o filho que queria, não sou o homem que queria, não sou o irmão que queria, eu não sou o que eu queria.

  Me indago, era para pisar na lama desse jeito? Porque eu quis ir à festa! Sem sentido.

  Não enxergo por vezes como me equilibro em rochas pesadas, as mesmas doem em meu rosto toda vez que me lembro das chamas que te queimaram para que tu fosses o que és hoje, um ser admirável.

  Maravilhas  cinjas de um tempo onde o pequeno era rei e tinha o destina como servo, bastou-lhe um abraço no começo e outro ao fim da linha para que gelos descessem do fogaréu de sua trilha.

  Me desculpe por me sentir o estorvo, me desculpe pelas desculpas, eu sei o quanto isso é irritante e fardoso numa mente sã, me descause a maneira rude que lido com minhas pegadas, que ao tilintar de uma tempestade vão descuidando-se até esquecerem.

  Não conheço mais minhas qualidades, vivo alternadamente em mundos disvirtuadamente paralelos, só vejo algo do que um dia foi, mas foi e ainda não voltou, mesmo assim me desculpe, estou cego.

  Peço, e clamo a algo o poder de voltar , apertar o regredir das coisas somente para avisar como é belo o bater das ondas nas rochas e perceber se o vento ainda esta forte, vai, ande logo, o tempo não para e mesmo sabendo disso é quase impossível ver o novo sendo capa de museus, vidraças a expor o que um dia foi e não é mais.

  Às vezes me findo, sorrio os sorrisos que deveriam ser mais alegres, sou pequeno, o grão é montanha ante meus olhos que inertes se deixam levar pelo espelho mal fundado.

  As falhas da minha lona são invisíveis perto da falta do palhaço, mas o show tem que continuar, só esperava menos drama e mais comédia.

  Continuo a crer na filosofia da porta que tem tranca, mas não consegue se fechar, acredito que esse não era o sonho alimentado, qual era? Como se chega ao mar de estrelas, afinal, de quem é a culpa?


  E me termino, me confundindo com isso ou comigo, mas sempre lhe pedindo pelos males que queimam a alma e criam tempestades, me desculpe, em alguma parte eu ainda lhe sinto e vivo.

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