Loucuras da consciência invadem meu ser, mãos me tocaram
assim de repente, num rompante estarrecedor, os olhos, tal qual, a mais bela
pedra preciosa sentiu-se em meu ser, o sangue escorria ao lado de minhas
confusões estabilizadas e meu desejo aumentava ao passo que o êxtase da sua
vida se entrelaçava com a minha.
A noite uivava para nosso encontro, amedrontava-se com
nossa relação magistral, intimidades exercendo seu papel de intensificar as
relações separadas pelo mestre das ampulhetas.
Reencontros a cada segundo, a uma velocidade iluminada
que engolia nossas vontades, atropelados pela paixão, pelo desejo de abraçar
mais uma vez a energia que brota de seu espirito.
A pele arrepiada dava o sinal de que a hora do sustento já
chegava em seu atraso quase fraternal, como lobos corremos pelas florestas de
nosso pensar, criando cenas dantescas de paixão e aventura.
A cada milímetros que íamos nos aproximando uma nova
aventura, o core pulsava em mil cores, pintávamos o ambiente com o arco-íris
que queríamos, flechas flamejantes de sentimentos e desejos provocavam nossos
corpos, e o habitual formalismo foi dando espaço a uma intimidade prazerosa e
extraordinária.
E num estalar de estrelas o fogo queimou nossas mãos,
adentrou nosso fluxo vital, pelos olhares invadiu a nossa alma e finalmente sob
um júbilo de Deuses os lábios se tocaram, dando inicio a uma batalha pelo
espaço, um querendo ter mais daquele pequeno universo.
Os dedos entrelaçavam, a musculatura antes aberta
flexionava diante da tensão causada pelo choque das energias em comunhão,
mentes num só propósito de fluir as vontades guardadas a anos, tempos antigos
de aflição que agora se resumiam a pó, substituída por desejos e carícias.
O perfume emanado de seu corpo deslizava por minha alma,
me atiçava e comprimia-me a um estado de alerta, quem era? Quem pudera, assim, me
enlouquecer, suspeitava de algo, mas era simplesmente seu ser a se acoplar ao
meu.
Tentei me recompor alimentando meu corpo, mas era impossível
tirar meus olhos daquela figura emblemática que tinha, por mágica, saído de
meus sonhos e transformando-se em realidade. Não comi direito, sai logo dali,
queria mais daquele néctar a abençoar meu ego e espirito, estava alucinado e
louco para concretizar meus pensamentos vagos.
Minha mente divagava, só queria decolar com minha nave e leva-la
ao espaço infinito, aos céus, e foi o que eu fiz, com a permissão de minha
deusa, transformei meu alazão em nave espacial e parti ruma as estrelas.
O caminho foi leve e repleto de nossos espelhos, não esquecíamos
nem por um minuto quem éramos, mas agora, nos permitíamos a ver o cosmos em sua
essência mais bela.
Suas mãos que antes se encontrava com as minhas, agora
jubilava em meu corpo fazendo minhas pupilas saltarem sobre seus misteriosos
olhares diante de nossos beijos acalorados, com intensa troca de carinho e
permisas, naquele momento éramos somente eu e ela.
Posso ainda hoje sentir o aroma de seu corpo encostado ao
meu, forte, agridoce, intenso, espetacular sintoma do desejo e carinho que possuía
todos meus sentidos.
Ensejo seu sabor a beijar-me calmamente em seu frisson
louco, lábios ardentes que me provocam, chamam meu signo a suas paragens, e eu
ousado vou e entrego a ti tudo que posso.
Abraços fortes a deixar marcas nos meus pensamentos, em
meu corpo os sinais do desejo a lembrar-me do momento mágico, prazer a fazer
criações diárias sobre como devemos ou podemos caminhar, as nuvens parecem tão
pequenas daqui de cima.
Frisson que retorna, um vai e vem psiquiátrico a deixar
meu sangue mais vermelho, energia nova a domar meus monstros, lugar agradável a
permitir dar ar aos meus instintos.
Suas mãos e seus beijos navegavam em meu luar, o sol
escondia de seus encantos, o mar de seus desejos serpenteava seu ser e
molhava-me com seus olhares tiços de ver e sentir o ar que soprava de nossas
imaginações irreais que solidificaram num momento de raro prazer.
Com a tênue luz vejo e recobro sua silhueta, ondas a
maquinar meus braços e lábios, os cabelos soltos atreviam-se em tocar minha
pele e fazer disso mais um circo, onde nos entendíamos na deselegância de nos
permitir sentir.
Um momento a durar mais que a cronologia atual da
humanidade, víamos agora como uma verdadeira chama que aos poucos se misturavam
e se atiçavam ao vento das palavras proferidas.
O reino estava concretizado e na mágica da vida,
finalmente, éramos um só, uma única luz a iluminar os desejos e prazeres de um
universo todo, as estrelas sorriam e se divertiam com a cena quase que vulgar
da dança realizada de nossas almas.
As flores abriram somente com o toque de suas mãos em meu
ser, o brilho daquele momento desabrocha ainda nas ondas vibratórias do
universo, do nosso mundo, do que vai ser.
O ar fica mais leve ao som de sua voz que estarrece em
meus ouvidos palavras impronunciáveis da magia, que perene, habita nossos
sonhos, espantando desvalentes, melindres que somem quando me beija.
E nessa levada de coisas, a poesia fica mais instigante,
a prosa vira carta para qualquer um que queira replicar o impossível, o nosso
momento de amor.
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